segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Escritora ipuense retrata em poesia a situação atual do principal cartão postal do Ipu

 


A escritora, poetisa ipuense Aninha Martins retratou com profundo sentimento a situação atual do nosso principal cartão postal; a Bica do Ipu. 

Sem o véu de noiva, em função da água que não mais escorre no paredão azul da Ibiapaba, formando a estonteante queda d'água de 120 metros, conhecida em todo o Brasil. E as matas das suas encostas devastadas pelo fogo feroz e cruel.

Confira abaixo a poesia da escritora Aninha Martins: 

Palco vazio
Que triste é ver
A bica adormecer
Perceber que a mata sombria
Hoje, nos traz melancolia
Olhar a vegetação quase morta
Sem nenhuma clorofila
Lugar de tanta riqueza
Guardião de tesouros
Tantos seres importantes
Fauna e flora, abundantes
Mas parece que foi embora
E, nem tudo irá voltar.
E o que diria Iracema,
A bela do poema?
Se pudesse avistar
O cenário de seu encanto
Talvez, caísse em pranto
Por não conseguir ouvir
A melodia das águas
Que, constantemente, caiam
Entrava em profunda tristeza
Por não enxergar toda beleza
Que embalou sua paixão
Nascida nesse chão
Martim, ficaria atordoado
Por contemplar o painel desolado
Faltando os inúmeros sons
Agora, só alguns
Como os gritos estridentes
Das cigarras valentes
Mas que ainda continuam a cantar
Como quem pede "socorro"
Para a cascata voltar.


(Por Aninha Martins)
Repórter Francisco José